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Estudo analisa o nível de proteção das máscaras contra a propagação do coronavírus; veja quais são as mais eficazes

A capacidade de filtragem de partículas de aerossol das máscaras de tecido é, em média, de 40%, enquanto o índice das PFF2/N95 chega a 98%, aponta estudo conduzido no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP). Os resultados do trabalho foram divulgados na revista científica americana Aerosol Science and Technology. As informações são da Agência Fapesp.  

De acordo com o coordenador da pesquisa, Paulo Artaxo, o objetivo do estudo era identificar o nível de proteção da população que utiliza a proteção facial de tecido, já que ela ainda é a mais usada pelos brasileiros. Foi analisada a eficiência de filtragem de 227 modelos vendidos no Brasil, seja em farmácias ou lojas, conta Artaxo à Agência Fapesp. 

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Para fazer o teste, os cientistas usaram um equipamento que produz, a partir de uma solução de cloreto de sódio, partículas de aerossol de tamanho próximo ao do coronavírus. Após o jato de aerossol ser lançado no ar, a concentração de partículas foi medida antes e depois da máscara. 

De acordo com os resultados aferidos, os modelos de máscaras que se mostraram mais eficazes no teste foram as cirúrgicas e as do tipo PFF2/N95. As duas, que são de uso profissional e certificadas, conseguiram filtrar entre 90% e 98% das partículas do ar.  

Na sequência, aparecem no ranking as máscaras de TNT – um tipo de plástico –, que também são encontradas em drogarias. A eficiência delas variou de 80% a 90%. Por fim, apareceram as de tecido – grupo que inclui modelos feitos com algodão e com materiais sintéticos, como lycra e microfibra. Nesse caso, a eficiência de filtração variou entre 15% e 70%, com média de 40%. E alguns fatores se revelaram críticos para aumentar ou diminuir o grau de proteção, segundo os pesquisadores.  

Em entrevista à Agência Fapesp, Fernando Morais, um dos autores do artigo, afirma que, de modo geral, máscaras com costura no meio protegem menos, já que a máquina de costura faz furos no tecido e isso aumenta a passagem de ar. Por outro lado, ele apontou o que considera uma boa máscara: 

— A presença de um clipe nasal, que ajuda a fixar a máscara no rosto, aumenta consideravelmente a filtração, pelo melhor ajuste no rosto. Algumas máscaras de tecido são feitas com fibras metálicas que inativam o vírus, como níquel ou cobre, e, por isso, protegem mais. E há, ainda, modelos de material eletricamente carregado, que aumenta a retenção das partículas. Em todos esses casos, porém, a eficiência diminui com a lavagem, pois há desgaste do material.  

Conforme Artaxo, as máscaras de algodão de duas camadas filtraram mais as partículas de aerossol, quando comparadas àquelas feitas com apenas uma. Porém, a partir da terceira camada, a eficiência aumentou pouco, enquanto a respirabilidade diminuiu consideravelmente. 

Por fim, foi pontuado que, embora com eficiência variável, todas as máscaras ajudam a reduzir a propagação do coronavírus. Reforçaram ainda que o uso desse equipamento de proteção – além da prática do distanciamento social – é fundamental no controle da pandemia. Apontaram também que o ideal seria a produção e distribuição em massa e gratuita de máscaras do tipo PFF2/N95 à população. 

Fonte: Gaúcha ZH

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