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Postos registram falta de óleo diesel em Passo Fundo

De acordo com os proprietários, as distribuidoras não têm apresentado uma explicação para a escassez na distribuição do produto. Suspeita é de que a restrição seja um reflexo da greve dos petroleiros gaúchos promovida na última semana.

Postos de combustíveis de Passo Fundo têm relatado, nos últimos dias, falta de recebimento de óleo diesel no município. Os proprietários afirmam que, desde a última semana, enfrentam restrições na hora de adquirir o produto junto às distribuidoras, sem que haja uma justificativa quanto aos motivos que levaram à escassez do combustível na região. “A única informação que nos passaram é de que, por algum problema na refinaria, eles não têm para repor. Se não normalizar, hoje já deve haver falta de diesel nas bombas”, expõe Itamar Costa, responsável por um posto localizado no Centro de Passo Fundo.

Em outro estabelecimento do ramo, instalado no km 301 da BR 285, o gerente Moisés Miiller conta que, há cerca de duas semanas, a distribuidora tem fornecido uma quantia de diesel menor que a necessária para atender a demanda diária do local. Na terça-feira (3), o posto teria recebido somente sete mil litros de óleo diesel, enquanto a média comercializada diariamente é de dez mil. “Eles estão restringindo e fazendo apenas uma liberação mínima. Em alguns dias, recebemos cinco mil litros de óleo diesel. Em outros, não recebemos nada. Como Passo Fundo é grande e tem uma demanda intensa, não é o suficiente. Até então, ainda tínhamos em estoque e estávamos conseguindo administrar, mas agora começa a dar problema. Estamos ficando sem e tentando liberar o mínimo possível do produto. Já tem cliente ligando e pedindo para deixarmos reservado para eles, mas não temos como fazer isso”, conta.

Ainda de acordo com o gerente, a principal dificuldade é na distribuição do Diesel S10, que está em restrição. “É o maior problema, porque o Diesel Comum ainda está sendo repassado em quantidades suficiente para atender a procura dos clientes. Mas, sem o S10, está impactando desde transportadoras até outros clientes que dependem do produto. Se não houver liberação nos próximos dias, vai impactar no preço dos produtos no mercado também, porque sem combustível não tem como transportar produtos e a maioria dos modelos mais novos de caminhões roda com o S10”, explica. Segundo ele, a companhia distribuidora não apresentou uma previsão para a normalização do serviço.

A suspeita é de que a redução na liberação esteja relacionada a um possível atraso na chegada de óleo diesel ao terminal de distribuição de Passo Fundo causado pela greve dos petroleiros gaúchos. Eles protestavam, na semana passada, contra as vendas da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas. O movimento aconteceu também em outros Estados do país, em uma paralisação convocada Federação Única dos Petroleiros (FUP), que se manifestou contrária à política de demissões em massa e a venda de ativos da Petrobras. “Outra causa que a gente tem ouvido falar é que as distribuidoras estariam segurando o produto até a Petrobras anunciar um reajuste no preço”, comenta Moisés.

O diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), Dary Beck Filho, atribuiu a falta de óleo nas bombas a fatores como a dificuldade de atracação de navios para a entrega de petróleo e a baixa utilização da Refap – em torno de 60%, há vários meses. “Mas o principal é que hoje, por determinação do governo federal, a Petrobrás não tem mais o compromisso de levar combustíveis a todo o país. Antes quando ocorriam problemas operacionais, a Petrobrás trazia diesel de outro lugar para abastecer o mercado gaúcho. O que acontece agora é um exemplo do que nos espera no futuro caso a Petrobrás abandone o RS como pretende a atual gestão da companhia”.

A reportagem de ON entrou em contato também com a assessoria do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Sulpetro Sindicato), questionando qual tem sido a alegação dada pelas distribuidoras aos postos de combustível ao redor do Estado. No entanto, até o fechamento desta edição, não obtivemos resposta.

Reajuste no preço

A Petrobrás confirmou ontem (3) que o preço médio do diesel S10 e S500 deve sofrer um reajuste de 2% nas refinarias a partir desta quarta-feira (4). O valor do combustível já havia sido reajustado pela petroleira no dia 19 do último mês, quando o preço do diesel subiu 1,2%.

*Fonte: jornal O Nacional de Passo Fundo

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