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Mais de 500 diretores de escola já assinaram manifesto em apoio à greve, diz CPERS

“Estamos há 46 meses sem receber em dia, com os salários congelados há cinco anos”, protestam professores.

Mais de 500 diretores, diretoras e vice-diretoras de escola de 200 municípios do Rio Grande do Sul, inclusive de algumas escolas de Paraí, São Jorge, Guabiju, Nova Bassano e Nova Prata, já assinaram o manifesto online disponibilizado pelo CPERS, repudiando as propostas do governador Eduardo Leite (PSDB) para as carreiras da educação e as alterações na Previdência Estadual, e declarando apoio integral à greve da categoria, informou o sindicato em nota publicada na manhã deste sábado.

“Estamos há 46 meses sem receber em dia, com os salários congelados há cinco anos, com o valor da gratificação de direção estagnado há 17 anos, em situação de miséria e escolhendo entre comer e pagar as contas. Se a política de contenção de gastos com recursos humanos resolvesse os problemas do Estado, o Rio Grande do Sul já estaria distante do abismo”, afirma o manifesto. Confira a íntegra do documento abaixo:

Carta dos diretores(as) e vice-diretores(as) de escola da rede estadual a Eduardo Leite

Nós, diretores(as) e vice-diretores(as) de escola da rede estadual do Rio Grande do Sul, nos dirigimos ao governador Eduardo Leite para expressar total repúdio às propostas de alteração do Plano de Carreira do Magistério, do Estatuto dos Servidores e da Previdência Estadual.

É impensável que o Estado, após cinco anos promovendo uma brutal política de arrocho, queira cortar mais fundo na carne dos educadores e educadoras, aposentados e na ativa. O governo pretende destruir a carreira, prorrogar o arrocho salarial por anos, retirar direitos e confiscar o dinheiro dos aposentados que recebem menos.

Ora, estamos há 46 meses sem receber em dia, com os salários congelados há cinco anos, com o valor da gratificação de direção estagnado há 17 anos, em situação de miséria e escolhendo entre comer e pagar as contas. Se a política de contenção de gastos com recursos humanos resolvesse os problemas do Estado, o Rio Grande do Sul já estaria distante do abismo

Mas Eduardo Leite quer aplicar o mesmo remédio amargo, testado e reprovado múltiplas vezes. É irracional sacrificar o presente e o futuro do Rio Grande do Sul em nome de uma eterna crise fiscal, sem apresentar qualquer solução alternativa. Sobre os ombros de quem recebe os menores salários recairá a conta da má gestão, das desonerações fiscais bilionárias, da sonegação de grandes empresas e dos privilégios dos altos salários.

Soma-se ao desrespeito com os trabalhadores(as) o congelamento – por mais de seis anos – dos repasses da autonomia financeira, já há muito insuficientes para arcar com a luz, água, telefone, internet, material de expediente e produtos de limpeza. Nossas escolas se encontram desamparadas e com graves problemas estruturais, sem previsão de atendimento.

Este é um projeto de morte, cruel e nocivo ao desenvolvimento das atividades escolares. Um pacote de medidas desumanas, que prejudica a gestão, o projeto pedagógico, os trabalhadores, os pais e o aprendizado dos estudantes.

Nós trabalhamos com amor, carregamos a escola pública nas costas, fazemos o possível e o impossível para realizar um bom trabalho e dar condições adequadas para nossos estudantes. Mas não vamos abrir mão da nossa dignidade.

Se Eduardo Leite insistir em seu projeto nefasto, a greve da categoria contará com nosso apoio total e irrestrito. Não aceitaremos retroceder e perder direitos. O limite já foi ultrapassado.

Avante educadores(as), de pé!

*Fonte: CPERS e jornal Sul21

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